Open Source, um Modelo de Desenvolvimento!
Toda vez que você cria algo gera uma fonte (em inglês Source). Seja o que for, um prédio, uma nova embalagem, um design de sofá, uma receita culinária ou um software, a fonte é base para produção ou replicação de uma idéia. O fonte pode ser uma planta de engenharia, um esquemático de uma peça, uma patente, ou um código de programação de software. Esta é a fonte, ou source.
Algumas fontes, como por exemplo a fórmula da coca-cola (assim como os códigos de software proprietários), são fechadas e ninguém tem acesso. Estas fontes pertencem à uma empresa ou pessoa, que as vendem ou licenciam para uso de terceiros. Outras fontes como as patentes das latas de cerveja interligáveis, os móveis com design opensource ou mesmo softwares de código aberto como o Linux, são produtos com o conceito OPEN SOURCE
Especificamente quando falamos de software livre, muita confusão é gerada no entendimento do que de fato é o open source, pois existem diferenças entre software de graça, open source, distribuição etc. Isso se deve ao idioma inglês, o qual utiliza “Free” para livre e também gratuito. Tal expressão pode agravar a dúvida se todo software livre/free software é open source e se todo open source é software livre/free software.
OPEN SOURCE não é um produto, é um modelo de desenvolvimento, onde múltiplos colaboradores contribuem em um ou mais projetos para entregar o maior valor possível ao uso de um produto. Qualquer um pode alterar o projeto, compartilhá-lo e entregar melhores resultados. Precisamos primeiro deixar claro alguns conceitos básicos.
Software Proprietário Versus Open Source
O software proprietário também tem seu código fonte, mas ele não é acessível . Não é permitido que se veja, altere ou redistribua um software proprietário. É preciso usá-lo como é, sob o licenciamento do dono. Podemos chamá-lo também de Closed source.
O software Open Source tem seu código fonte aberto, qualquer um pode acessá-lo, alterá-lo, copiá-lo ou até mesmo realizar melhorias, inclusive redistribuí-lo. Todas estas ações não infrinjam seu licenciamento, a GPL. Um paralelo seria se a Coca-Cola abrisse a sua fórmula e então você pudesse adicionar pimenta porque é de seu agrado, dar outro nome e vender seu próprio refrigerante. Isso totalmente legal dentro do open source e o licenciamento que o rege.
Não é uma questão de quem é melhor, mas o é que melhor para atender a sua atual demanda. Empresas de Open Source trabalham em conjunto com as de software proprietário para que seus produtos funcionem bem juntos, dando segurança em soluções e garantindo assim a interoperabilidade entre os mundos.
Você não pode vender Open Source !
É estranho, mas enquanto as empresas de software vendem o licenciamento de uso do software proprietário, o software Open Source não pode ser vendido. Então, o que as empresas de open source vendem ? Simples: serviços.
Assinaturas de suporte , atualizações e correções de uma certa DISTRIBUIÇÃO é o que empresas de Open Source vendem . O que nos leva ao próximo tópico e as dúvidas:
Linux e Open Source não são a mesma coisa. Apesar de linux ser um software de sistema operacional opensource, existem milhares de outros softwares que também são.
Distribuição é um conjunto de softwares open source, colocados em um pacote para atender a um propósito (por exemplo - sistema operacional Baseado em Linux). Como cada fornecedor de open source tem suas próprias idéias de qual software é mais relevante para um propósito, ele agrupa o conjunto de software no qual irá dar suporte . Assim é capaz de fornecer suporte e atualização neste conjunto específico.
Os softwares open source são desenvolvidos em projetos por uma comunidade em que qualquer um pode contribuir. Indivíduos, empresas e fornecedores. As melhores contribuições são incluídas nos códigos. Alguns contribuintes são patrocinados ou pagos, outros não.
Não. Só porque um software é de graça, não quer dizer que é open source. Atualmente você pode baixar vários software que tem seu uso gratuito , mas que não pode abrir ou alterar seu código. Exemplos não faltam : SKYPE, ITUNES, Internet Explorer. Estes você não pode ver o código ou alterar.
Assim como tem software opensource que você pode baixar de graça : Opensuse, Debian, Audacity, inkscape, Gimp. Estes você pode ver o código e alterar!
Open Source com suporte pago são softwares que apesar de você poder baixar, abrir o código (até alterá-lo), para ter o suporte garantido, é preciso mantê-los originais conforme a distribuição, ex: SUSE Enterprise Linux , SUGARCRM, Canonical Openstack.
Objectively seize dynamic e-services and accurate markets.
O licenciamento Linux, assim como a maioria dos softwares open source, é regulamentado pela GNU GPL. Essa licença rege que você pode abrir o código, alterá-lo, distribuí-lo como quiser. Só há uma restrição, o resultado de sua alteração também deve ser licenciado da mesma maneira, será uma licença COPYLEFT!
omo o nome diz , o Copy Left é o contrário do Copy Right. No CopyRight garante que quem criou o software é dono de sua criação. Já o CopyLeft, garante que todo o software proveniente de um código aberto licenciado pela GNU GPL deve ser também licenciado também por ela. Assim, softwares criados a partir de um open source, devem ser também open source, permitindo sua cópia, alteração e redistribuição.
Não, apesar da única coisa que se vende em software Opensource ser subscrição de suporte, existem outros softwares que podem ser subscritos, mas são proprietários. É o exemplo do OFFICE 365, SalesForce, Dropbox!
Diferenciais do OPEN SOURCE
Muitos produtos são gerados através de softwares em Open source, fornecidos pela comunidade. Isto leva ao Opensource ter uma cultura de centralização nos clientes. A comunidade tende sempre a desenvolver o que o mercado demanda.
Diferente disto , as empresas de software proprietário contam apenas com seus colaboradores internos para desenvolver seu software, sua estratégia é centralizada na própria empresa e o que ela acredita que vai vender no futuro. Neste ponto o open source e sua comunidade estão muito mais próximas do mercado e trazendo inovações que foram demandadas por ele e trazidas pela comunidade.
Flexibilidade e Liberdade de escolha.
Uma comunidade criadora de software open source, além de milhões de colaboradores, em geral inclui vários fabricantes de software proprietários e de hardware. Então o projeto não pode ser fechado em apenas uma plataforma. Softwares Opensource tendem a seguir padrões amplamente aceitos, e permitem pelo próprio licenciamento que outros grupos adequam-no a outras plataformas. Um software que roda em Nuvem, em plataforma X86 ou IBM Power ou Mainframe, com as mesmas funcionalidades, permite uma flexibilidade de escolha que não gera o Vendor Lock-in. Softwares opensource com boa aceitação e padronização, acabam tendo múltiplos fornecedores, rodam em diferentes hardwares e plataformas.
Custo Efetivo
Você pode estar achando que a comunidade faz tudo, portanto o desenvolvimento é todo gratuito. Não é bem assim. Todo projeto open source está muito focado em inovação para atender as demandas do mercado. Ainda assim, empresas querem ter alguém para resguardá-la no suporte e atualizações. Enquanto as versões open source são base para as versões enterprise, onde se cobram as subscrições de suporte, às empresas que mantém o enterprise colocam seu time para fazer novos desenvolvimentos, patrocinam alguns projetos e por fim, retornam projetos para a comunidade. Esse loop alimenta o crescimento das tecnologias Open Source.
Inovação
Um projeto conta com milhares de colaboradores. Todos a procura de inovação, melhorias e soluções eficientes para as demandas. As maiores empresas de software do mundo podem ter centenas de desenvolvedores, mas duas coisas diferenciam a comunidade. Boa parte não trabalha só por dinheiro, opensource tem uma comunidade que trabalha por paixão! Sim , gostam de contribuir, motivados pela criação e também por ter seu nome relacionado a uma inovação.
Segurança
Com muito mais gente verificando seu código, qual é a chance de uma brecha ou vulnerabilidade passar despercebida ? E a resolução de uma vulnerabilidade. Enquanto softwares proprietário contam apenas com o departamento responsável em resolver brechas de segurança, o open source tem milhares de programadores, em uma corrida para ver quem resolve primeiro e tem seu nome associado a resolução. Todos os softwares podem ter vulnerabilidades, mas ter seu código fechado não garante que não serão encontradas. Um bom exemplo é que em 2016, 216 patches de segurança foram lançados para o Linux, enquanto 400 foram criados para Windows.
Conclusão
Não é a toa que os grandes nomes de tecnologia mundial investem pesado em open source. Ele está em praticamente todos os nichos. Desde máquinas de diagnóstico em hospitais, elevadores, Switches de rede, e até automóveis. As novas plataformas de desenvolvimento de software já nasceram open source, com os gestores de containers. Investir em software Open Source é participar de uma grupo que preza pelo desejo dos clientes em ter escolha e não estar preso a fornecedores, mas participar com eles da comunidade.
Por : Christian Paglioli
Apoio e contribuição: Thiago Sobral